Esse texto é uma resposta a uma matéria publicada no Jornal do Comercio do Estado do Rio de Janeiro.
As coisas só não funcionam assim na prática. A iniciativa do Espaço Cubo é uma idéia que beneficia a eles e não as bandas, nem os profissionais ligados a área de produção cultural. O objetivo é trocar serviços por Cubo Card, até ai tudo bem! Eu posso tomar uma cerveja, comprar algumas revistas,assistir alguns filmes,pra resumir,eu posso me divertir!
Como pagar os serviços prestados pelos músicos, produtores, jornalistas ou qualquer outro profissional com uma “moeda” que não é a do nosso país. Para ser mais objetiva, pensemos da seguinte forma: Musico, produtor, jornalista cultural,são profissões,todos esses possuem suas contas para pagar, tem casa,aluguel,prestação de carro,luz energia,filhos,colégio...Esse tipo de serviço não pode ser pago com Cubo Card.
Como pagar os músicos,os jornalistas e produtores dessa forma?
Essa idéia só serve para fazer o que eles argumentam que são contra, justamente oferecer publicidade para quem participa do projeto ou melhor,adquire o seu Cubo Card
A proposta oferecida pelo Cubo em minha opinião, é gerar mais lucro pra eles. Usar como argumento a utilização desse benefício em alguns estabelecimentos, citados na matéria não quer dizer muita coisa. Parcerias existem para isso,principalmente em projetos culturais como o Espaço Cubo.
No Brasil temos varias leis de incentivo a cultura a mais conhecida é a Lei Rouanet,uma lei que permite que você faça captação para projetos culturais em troca de isenção de impostos, da parte do apoiador.
Trocando em miúdos, é fácil para o Espaço Cubo conseguir apoio de empresas que mantenham uma parceria com eles em troca de isenção de impostos, já que o projeto é inscrito pela Lei.
Além desses problemas, foi criada uma economia local que só beneficia aquelas bandas que o curador do projeto (Pablo Capilé) escolher. Não é uma forma democrática, onde qualquer banda pode participar do beneficio.
Além de o Espaço Cubo organizar vários eventos eles produzem também um festival chamado Calango,onde vários produtores sabem que as bandas praticamente pagam para tocar.Como foi o caso de uma banda carioca que eu produzi o ano passado, quase não consigo fechar a participação deles no evento por causa do custo x beneficio.Vale salientar que o Festival esta na lista dos maiores festivais independentes do país.
Eles tem patrocínio do Governo Federal, do Governo do Estado e da ABRAFIN (Associação Brasileira dos Festivais Independentes),só estou citando grandes patrocinadores.Então porque não pagar cachês para as bandas ,além de passagens aéreas e hospedagem?
Porque a partir de agora eles tem o Cubo Card!!!
“A solução dos seus problemas”
Tudo que for pago pelo Cubo Card,vai gerar um crédito para ser gasto em serviços oferecidos pelo Espaço Cubo.
Cadê os meus direitos???
Quero gastar o meu dinheiro da forma que achar melhor!!
Quero sim,trabalhar para o Espaço Cubo,acho um projeto incrível,abrange varias àreas,mas não recebendo em créditos que só beneficiam a eles e as empresas patrocinadoras desta “BRILHANTE IDEIA”.
Tenho a impressão de estarmos sendo enganados, achando que finalmente profissionais independentes vão poder pagar as suas despesas.
Esta definitivamente não é a solução.
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